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Vinhos em lata por um mercado mais democrático

A novidade traz a quantidade de uma taça e meia- ideal para quem vai consumir sozinho.

Os rituais estão na cultura dos seres humanos desde os primórdios da civilização. E à medida que o tempo passa, eles se ampliam para todos os aspectos alcançando muitas vezes um patamar de requinte. Um exemplo disto, é o vinho. Uma bebida apreciada com um bom ritual: seleção do rótulo, abrir a garrafa com cortar-gotas, a utilização do decantador e a escolha da taça apropriada. 

O fato é que este mercado pede movimento, e o vinho passou da garrafa para a lata. Isto mesmo, já se pode fazer a degustação completa neste formato, desde as versões frisante, espumante ou vinho.  Inclusive multinacionais e vinícolas tradicionais estão apostando na embalagem.

As latas vieram para alcançar um novo público consumidor, os jovens. Eles são descompromissados com o protocolo do vinho, querem descontração e a facilidade de consumir em qualquer lugar. Outra vantagem da lata é o tamanho.  Elas geralmente têm a quantidade de uma taça e meia, o que fica fácil para quem vai beber sozinho, deixando mais democrática a escolha da bebida.  

Embalagem é sinônimo de qualidade?

Devemos esclarecer que no caso do vinho em lata não podemos esperar uma bebida complexa, com variedades aromática e degustativa. É uma bebida mais simples, mas isso não significa que seja um produto ruim. 

Geralmente são vinhos jovens, bem aromáticos, de pouco tanino e pouca persistência. São encontrados vinhos finos e secos ou demi sec, com versões frisante, espumante ou vinho (sem presença de gás). Sendo brancos, rosés ou tintos. Isto tudo sem alterar o sabor, para quem achar que a lata pode alterá-lo. 

Eu aposto que os demi-sec serão os mais cobiçados, pelo fato que a lata faz referência a beber bem gelado, ficando mais palatável o vinho em temperatura baixa com um toque adocicado. Levando em consideração também o público-alvo desses produtos que, normalmente, iniciam pelo paladar doce.

Outra vantagem de consumir este produto, é a vedação completa que garante a preservação dos aromas e dos sabores do vinho, que tendem a ser mais leves e frutados. Bem como, a tecnologia utilizada é especializada para armazenar a bebida, tendo um revestimento interno que evita o contato do líquido com a embalagem. 

Pensando ambientalmente, este novo modo de consumir o vinho ganha pontos positivos. Pois o recurso natural para a produção de alumínio é bem menor e há a possibilidade de reciclar a lata após o uso. 

Particularmente, fico feliz com a possibilidade de poder degustar um vinho, mesmo que sozinha, sem depois ficar constrangida em deixar metade da garrafa na geladeira. Acredito que as latas jamais substituirão as garrafas, sendo uma alternativa para as pessoas que querem degustá-lo de uma forma descomplicada.

Essa é chance de se angariar mais apreciadores para o vinho, querendo os mais tradicionais ou não. O fato é que a novidade já é sucesso nos EUA e devem continuar em expansão no mercado brasileiro. Meu conselho é abandone os velhos pré-conceitos e experimente o novo. Sem obviamente, deixar de se deliciar com uma boa safra nas melhores companhias.