Problemas com fornecedores foram alguns dos principais entraves para os planos da marca Bonecas de Waldo, que, por outro lado, conseguiu por meio da Internet chegar a clientes do sul e sudeste do país.
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Com o início da pandemia de COVID-19, em março de 2020, a sociedade viu suas dinâmicas cotidianas mudarem radicalmente para conter o avanço do novo coronavírus.
A situação pandêmica impactou diretamente o setor das pequenas empresas no país. De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, ainda no primeiro semestre de 2020, 5,3 milhões de pequenos negócios (31% do total) modificaram de alguma forma o funcionamento para manter as vendas em meio à crise sanitária.
Este foi o caso da empresa potiguar Bonecas de Waldo, gerenciada por Ênio Gomes e Leidiane Santos. Prestes a pôr em prática o plano de expansão de produção em série de bonecas russas, o casal precisou rever os planos iniciais em razão das dificuldades causadas pela circulação local do vírus.
Uma das principais dores de cabeça foram os problemas relacionados aos fornecedores. Também impactada pelas restrições, a indústria de insumos reduziu a produção, diminuindo a oferta dos produtos necessários para a elaboração das bonecas – situação compartilhada com outros setores e indústrias.
Ênio explica que o fornecimento do material necessário para o enchimento das peças foi interrompido: “Em agosto [de 2020], liguei para a fábrica e o fornecedor me falou que só iria voltar a produzir e ter condições de entregar os pedidos em janeiro”.
A saída encontrada pelo casal foi comprar o que havia disponível no mercado potiguar e criar um estoque para continuar entregando as bonecas ainda de forma personalizada.
Descobrindo novos públicos por meio do digital
Impossibilitados de participar das feiras, principal ecossistema de exposição para o mercado criativo, Ênio e Leidiane foram surpreendidos pelas demandas que começaram a aparecer por meio do site e, principalmente, das redes sociais.
Como os 41,9% dos empreendimentos nacionais que passaram a vender exclusivamente pela Internet com a pandemia, segundo a pesquisa do Sebrae já citada, a empresa vende cerca de 98% pelo Instagram e Whatsapp.
Dessa forma, foi possível atingir, de maneira inédita, públicos de outras regiões. Segundo Ênio, hoje eles enviam as bonecas para o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Amazonas.
“Depois que criamos o site e o Instagram, notamos que atualmente o nosso mercado não é exclusivamente Natal, mas também Sul e Sudeste”, explica o empresário.
Inclusive, o entrelaçamento cada vez mais fundamental entre tecnologia/Internet e empreendedorismo é uma tendência que veio para ficar na pós-pandemia, com o celular, por exemplo, sendo uma ferramenta essencial de gestão.
Falando em planos futuros, inclusive, o casal hoje se considera mais maduro na forma de gerir os próximos passos do negócio – impacto direto, nas palavras deles, do trabalho de branding e de identidade desenvolvido pela 1516; sempre dispostos a se adaptar às condições.
“Com a retomada da economia criativa em 2022, a nossa perspectiva é aguardar como o mercado vai reagir. Vamos nos adaptar ao que ele pedir”, explica Ênio.