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Livro aborda como ter sucesso no mercado infantil

Setor movimenta R$ 16 bilhões ao ano e cada vez mais produtos visam qualidade, funcionalidade e segurança


De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o setor de produtos infantis no país movimenta R$ 16 bilhões por ano e a tendência é a de que esse número aumente. Principalmente com a Covid-19, que forçou os empresários a mudarem e inovarem as suas estratégias de vendas.

Então, para os empreendedores de plantão, como atingir esse mercado em expansão? O consultor de Marketing infantil, Arnaldo Rabelo, escreveu o livro ´Marketing Infantil – como conquistar a criança como consumidora´ com o objetivo de compartilhar informações relevantes para quem atua neste mercado. 

No livro, o consultor orienta como as empresas devem agir para conquistar e manter o consumidor infantil. Para começarmos, no que tange as questões estratégicas de vendas, ele orienta que os direcionamentos devem ser a longo prazo e decorrentes de uma análise da conjuntura econômica, dos concorrentes, dos clientes e da própria empresa. Sendo observadas as particularidades de cada uma delas.  Neste sentido, é importante entender que o processo de compra perpassa pelo comportamento da criança e da mãe. Estas são peças chave para a definição do perfil desse consumidor. 

O autor também aponta alguns erros em empresas que entram para esse nicho de mercado. Segundo ele, um equívoco recorrente é considerar a criança como um público homogêneo. Arnaldo Rabelo afirma que ele é composto por pessoas com diferentes comportamentos e necessidades.

Outra falha de estratégia apontada pelo consultor é basear-se na própria infância buscando compreender a criança de hoje. “O mundo muda rápido, as crianças de hoje são bem diferentes daquelas de algumas décadas atrás. Basear-se em alguém próximo, como um filho ou um sobrinho, para entender o seu público também não funciona. Essa pessoa dificilmente representará o comportamento da maioria do público”, declara. 

Arnaldo Rabelo defende que não se pode miniaturizar produtos de adolescentes ou de adultos para transformá-los em produtos infantis. Ele lembra que as necessidades das crianças são bem diferentes das dos adultos, assim como os produtos e a comunicação também devem ser diferenciados.

As crianças têm um papel importante no processo de compra e precisam ser consideradas. Por isso, não se deve considerar que o público da comunicação são apenas os pais, já que eles costumam ser os que possuem o dinheiro. Ao mesmo tempo, não se pode ignorar os pais no processo de comunicação, abordando apenas a criança. Os pais têm uma função importante no processo de compra.

Dentro deste contexto, o autor afirma que o processo da compra para crianças vai depender muito do estágio de desenvolvimento dela. Criança de 0 a 3 anos, que tem uma grande dependência da mãe, não participa do processo de decisão da compra. Mas dos 4 aos 7 anos, aproximadamente, a criança ganha autonomia e começa a influenciar os pais na compra de seus produtos. E dos 8 aos 12 anos de idade a criança já pode ser considerada decisiva neste processo. 

Um outro ponto que o livro aborda para este segmento é já não há mais espaço para empresas que não agem de forma ética e responsável, se preocupando em beneficiar seu público em longo prazo. Segundo ele, ao invés de se concentrarem em gerar apenas vendas no curto prazo, as empresas precisam também conquistar e manter o seu público por um longo período. Para isso, as questões éticas devem ser levadas em conta na definição dos valores e da identidade da empresa. Além disso, todas as suas ações e decisões precisam ser coerentes com essas diretrizes. 

O autor destaca ainda a importância de as empresas realizarem pesquisas para lançar seus produtos no mercado, pois embora os motivos individuais possam ser diferentes, a empresa deve realizar pesquisas para compreender as motivações da maioria dos componentes do seu público principal. 

Estas motivações podem ser objetivos (necessidade biológica ou física) ou subjetivos (necessidade psicológica ou social). O consultor revela que quanto menos idade tiver a criança, mais seu comportamento é moldado por suas limitações, habilidades e capacidades neurológicas, motoras e cognitivas. Inversamente, quanto mais idade tiver a criança, mais seu comportamento é moldado por questões sociais e culturais.

Para se inspirar

Ao longo da história, tivemos muitas campanhas publicitárias que fizeram a diferença. Nos Dias das Crianças de 2019, A RiHappy, rede de loja de brinquedos, aproveitou a data para lanças a Aquabitzz, que vendeu mais de cem mil unidades apenas  nos dez primeiros dias de campanha. Anova linha de brinquedos tem seis componentes considerados raros que sãodourados e brilham-no escuro. Outro destaque é o Big Shark, que é o cenário dos brinquedos. 

Uma das principais estratégias da empresa para a segunda data comemorativa que mais vende, perdendo apenas para o Natal, é o investimento em inovação com lançamentos diferenciados, que resgatem a essência de brincar e que tam bém estimulem o desenvolvimento da criança. 

Outro exemplo foi a parceria Genius, Cabify e Estrela que convocou a criança que existe em todos nós para chamar atenção. Em 2018, na semana das crianças em São Paulo, Rio de Janeiro, Belho Horizonte e Porto Alegre, as pessoas que solicitassem um carro por aplicativo, encontravam Um Genius para poder brincar toda a viagem. 

A parceria ente a Cabify e Estrela gerou a campanha “Para você chegar bem, relembrando os melhores momentos da sua vida. A ação consistia em colocar em alguns carros dos parceiros do Cabify o jogo Genius, muito popular nas décadas de 1980 e 1990. Os passageiros poderiam se divertir com game durante o trajeto e mergulharem em nostalgia. E ainda utilizaram a campanha para colocar uma pitada de responsabilidade social, doando todos os brinquedos para a Associação das Crianças Excepcionais de Nova Iguaçu (ACENI)

sucesso foi ‘Tá bombando na C&A´. Veiculada na TV em 2015, a ideia foi bem simples: crianças dançando com as roupas das marcas da loja em um cenário com cores bem vivas, lembrando um ambiente de videogame. 

Durante o comercial, a empresa apresentava algumas coleções e trazia uma promoção, a cada três peças infantis compradas, o cliente poderia levar para casa um brinquedo de brinde para a felicidade da criançada.