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Presença digital importa

Saiba as vantagens de embarcar no “on-line” e como relacioná-lo às estratégias com o “off-line”.

No próximo dia 20 de dezembro, completam-se 17 anos do primeiro teste da Internet comercial no Brasil. Na ocasião, cinco mil pessoas tiveram a oportunidade de se conectarem à rede mundial de computadores.

De lá para cá, muita coisa mudou. Em pesquisa publicada no primeiro semestre deste ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o país tem atualmente cerca de 2,1 dispositivos digitais (celulares e computadores) por habitante, totalizando cerca de 440 milhões deles – sendo em sua maioria os smartphones.

Isso quer dizer que o brasileiro está mais conectado do que nunca. E as empresas e o marketing, imersas neste contexto, também precisam se modificar não só para atender às novas demandas do público como também para conhecer as vantagens trazidas pelas tecnologias digitais.

O diretor de marketing da Grow Marketing Digital, Diogo Silva, pontua que o marketing digital, isto é, as ações de comunicação da empresa por meio da Internet e das tecnologias digitais, chegou como uma ferramenta para auxiliar ao “marketing tradicional” a alcançar mais pessoas, possibilitando maior crescimento do negócio.

Isso porque, tendo hoje mais de 152 milhões de brasileiros conectados à rede diariamente, ele diz, é possível impactar de forma mais fácil a atenção do cliente. Não por ser a melhor ou a única alternativa, mas porque as pessoas estão cada vez mais no digital.

Um exemplo do poder da Internet é o caso da empresa potiguar Bonecas de Waldo que, por meio do site e de um trabalho intenso de comunicação nas plataformas sociais digitais, conseguiu alcançar públicos fora do Rio Grande do Norte, chegando a cidades do sul e sudeste do país.

Sendo assim, Diogo explica, deixar passar a estratégia digital pode trazer desvantagens comerciais à empresa: “O maior perigo das marcas ignorarem o digital pode ser traduzido não na perda, mas em ‘deixar oportunidades na mesa’ e não aproveitar a visibilidade e alcance que o online oferece para estratégias de aproximação com seu público alvo”.

A chamada “presença digital“, assim, torna-se de extrema importância para qualquer tipo de negócio. O publicitário lembra, porém, que nem todos os nichos terão a mesma atuação na rede, nem precisarão utilizar todas as ferramentas e estratégias.

On e off-line: o marketing onicanal

Focar totalmente no digital, porém, não é necessariamente o caminho ideal para todas as marcas. Enquanto o metaverso não vem, algumas empresas precisam lidar com um ambiente híbrido: on e off-line ao mesmo tempo.

À nível de curiosidade, essa condição tem até nome. Ela é chamada pelo filósofo italiano Luciano Floridi de “OnLife“, no qual os limites do on e off-line são borrados a ponto de não sabermos mais onde um acaba e o outro começa.

Neste sentido, Diogo esclarece que o marketing digital não pretende substituir o já conhecido marketing tradicional, com os canais físicos e de massa. “Os dois devem estar em constante movimento no caminho do consumidor”, diz. 

É isto que fala justamente o especialista em marketing Philip Kotler no livro “Marketing 4.0”, no qual aborda a emergência de um tipo específico de publicidade: o marketing onicanal.

“[O marketing onicanal é] a prática de integrar vários canais para criar uma experiência de consumo contínua e uniforme. Ele requer que as organizações rompam os feudos dos canais e unifiquem suas metas e estratégias. Isso irá assegurar um esforço conjunto de vários canais on“line e off-line para levar os consumidores ao compromisso com a compra”

O que significa, como escreve Kotler, que as marcas precisam estar atentas a todos os estágios do caminho do consumidor, seja on ou off-line, à medida que “a marca esteja disponível onde e quando os consumidores decidirem fazer uma compra.”

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